QUEM FOI ISA (JESUS)?

Isa (A.S), conhecido no Cristianismo como Jesus, ocupa um lugar especial no Islão como um dos grandes profetas enviados por Allah (S.W.T). A sua vida foi marcada por milagres extraordinários, pureza e uma dedicação total ao monoteísmo. O Alcorão descreve-o como “Espírito” e “Palavra” de Allah (S.W.T), mas deixa claro que ele não era filho de Deus, mas sim Seu servo e mensageiro.

O NASCIMENTO MILAGROSO

Isa (A.S) nasceu de forma milagrosa, sem pai, por ordem de Allah (S.W.T). A sua mãe, Maryam (A.S), foi escolhida como a mais pura entre as mulheres. O Alcorão narra este acontecimento de forma clara:

“Ela disse: ‘Como poderei ter um filho, se homem algum me tocou e não sou impudica?’ Ele disse: ‘Assim será. O teu Senhor disse: “Isto é fácil para Mim”...’
(Alcorão 19:20-21)

Este nascimento foi um sinal do poder absoluto de Allah (S.W.T).

ONDE NASCEU ISA (A.S)

No Islão, o local exato do nascimento de Isa (A.S) não é mencionado diretamente no Alcorão nem na Sunnah autêntica. O que sabemos com certeza, a partir do Alcorão, é que Maryam (A.S) se retirou para um lugar distante quando chegou a hora do parto:

“E mencionai, no Livro, Maria, quando se afastou da sua família, para um lugar a oriente. E retirou-se deles, com um véu. Então, enviámos-lhe o Nosso Espírito, que se apresentou a ela como um homem perfeito. (…) E as dores do parto levaram-na ao tronco de uma palmeira...”
(Alcorão 19:16, 17 e 23)

Isto indica que Isa (A.S) nasceu num local isolado, debaixo de uma palmeira, longe do povo, mas o Alcorão não nomeia a cidade ou vila.

Alguns relatos históricos (não provenientes do Alcorão nem da Sunnah autêntica) dizem que Isa (A.S) nasceu em Belém (Bait Lahm), na Palestina. Os estudiosos muçulmanos reconhecem esta tradição como provável, mas não a consideram uma certeza religiosa, já que Allah (S.W.T) não revelou esse detalhe no Alcorão.

OS MILAGRES DE ISA (A.S)

Desde pequeno, Isa (A.S) demonstrou sinais da sua missão profética. Ainda em bebé, falou para defender a honra da sua mãe e afirmar a sua missão:

“Disse ele: ‘Sou, por certo, servo de Allah. Ele concedeu-me o Livro e fez-me profeta. E fez-me abençoado onde quer que esteja e recomendou-me a oração e a caridade, enquanto viver.’”
(Alcorão 19:30-31)

Com a permissão de Allah (S.W.T), Isa (A.S) realizou vários milagres:

• Curava os cegos e leprosos.

• Dava vida aos mortos.

• Moldava pássaros de barro e dava-lhes vida.

Tudo isto apenas pela vontade de Allah (S.W.T), como recorda o Alcorão:

“E quando curavas o cego de nascença e o leproso, com a Minha permissão. E quando fazias sair os mortos, com a Minha permissão...”
(Alcorão 5:110)

A SUA MENSAGEM: MONOTEÍSMO E JUSTIÇA

Isa (A.S) pregou a adoração exclusiva a Allah (S.W.T), chamando o povo à fé, à oração, à caridade e à justiça. Ele rejeitou a idolatria e ensinou a humildade e a submissão à vontade do Criador.

“Por certo, Allah é meu Senhor e vosso Senhor. Então, adorai-O. Esse é um caminho reto.”
(Alcorão 19:36)

A OPOSIÇÃO E A PROTEÇÃO DE ALLAH (S.W.T)

Isa (A.S) enfrentou rejeição e hostilidade por parte de muitos que se opunham à sua mensagem. No entanto, Allah (S.W.T) protegeu-o, não permitindo que fosse morto ou crucificado como afirmam alguns. O Alcorão esclarece:

“E não o mataram nem o crucificaram, mas assim lhes pareceu...”
(Alcorão 4:157)

Em vez disso, Allah (S.W.T) elevou-o para Si, preservando-o até ao tempo determinado:

“Mas Allah elevou-o até Si. E Allah é Todo-Poderoso, Sábio.”
(Alcorão 4:158)

O SEU REGRESSO ANTES DO DIA DO JUÍZO

O Profeta Muhammad (S.A.W) ensinou que Isa (A.S) regressará antes do Dia do Juízo para restaurar a justiça e derrotar o falso messias (Dajjal). Ele seguirá a lei de Allah (S.W.T) e reforçará o monoteísmo.

“Por Aquele em Cuja Mão está a minha alma, em breve o filho de Maryam descerá entre vós como um juiz justo...”
(Sahih al-Bukhari, 3448 / Sahih Muslim, 155)

ENSINAMENTOS DE ISA (A.S)

• Confiar plenamente em Allah (S.W.T), mesmo em situações difíceis.

• Manter a humildade e a pureza na adoração.

• Viver uma vida de serviço, caridade e oração.

• Defender sempre a verdade e rejeitar a idolatria.

Isa (A.S) é um dos maiores profetas do Islão, exemplo de fé, coragem e devoção. Ele nasceu de forma milagrosa, pregou a verdade e realizou milagres com a permissão de Allah (S.W.T). A sua vida e missão são lembradas no Alcorão como um testemunho da misericórdia e do poder divino. Ele é, até hoje, inspiração para todos os crentes que procuram seguir o caminho do monoteísmo, da humildade e da justiça.

CURIOSIDADES NAS DIFERENÇAS SOBRE A MORTE DE ISA (A.S) NAS 3 RELIGIÕES ABRAÂMICAS

As três grandes religiões monoteístas abraâmicas contemplam Isa (A.S) (Jesus) de formas distintas, especialmente quanto à sua morte e estatuto:

• NO ISLÃO

O Alcorão ensina claramente que Isa (A.S) não foi crucificado nem morto, mas sim elevado por Allah (S.W.T):

“E por terem dito: ‘Matámos o Messias, Isa, filho de Maryam, o Mensageiro de Allah’: mas eles não o mataram nem o crucificaram — porém assim lhes pareceu… antes Allah o elevou para Si; e Allah é Poderoso, Sábio.”
(Alcorão 4:157–158)

Isa (A.S) regressará no fim dos tempos como parte do plano divino.

• NO CRISTIANISMO

O Cristianismo acredita que Jesus foi crucificado, morreu e ressuscitou. Este é o pilar central da fé cristã:

“E, quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram, a ele e também aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.”
(Evangelho de Lucas 23:33)

E a sua ressurreição é relatada como prova da vida eterna e salvação:

“Ele não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galileia.”
(Evangelho de Lucas 24:6)

• NO JUDAÍSMO

O Judaísmo rejeita Isa como Messias ou profeta. Um dos motivos é que, segundo os textos judaicos, o Messias deve cumprir determinadas profecias, como restaurar o Reino de Israel e trazer paz universal.

Por exemplo, o Livro de Isaías (Tanakh) descreve que o Messias trará uma era de paz:

“E julgará entre as nações, e repreenderá muitos povos; e converterão as suas espadas em relhas de arados, e as suas lanças em foices; não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear.”
(Isaías 2:4)

Como, segundo a visão judaica, Jesus não trouxe esta era de paz nem restaurou Israel, não pode ser considerado o Messias.